sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Viajando de Scooter





Viajar de moto é sem dúvida uma das melhores coisas da vida. Quem tem moto grande, viaja longe, e quem tem moto pequena e poucos recursos (tempo e dinheiro), viaja perto. Mas, o importante é pegar a estrada, seja auto-pista ou estradinhas vicinais. Como atualmente eu tenho uma Honda Lead, que não dispõe de grande potência e velocidade, decidi fazer a primeira viagem por estradas secundárias, mais tranquilas e de baixa velocidade. Não poderia existir trajeto melhor que a estrada da Graciosa, que é linda e não tem grande fluxo de veículos, se tornando ideal para viajar com minha esposa na garupa, sem pressa e sem sustos.

Neblina na barragem de Piraquara.

Bom, decidimos fazer a viagem praticamente na véspera, pois ela saiu do emprego um dia antes e eu estava no final das minhas férias. A previsão era de sol para os próximos dias e como isso é raro aqui em Curitiba, não poderíamos perder tempo. Saímos de casa pelas oito horas da manhã do dia 17 de Julho, uma quarta-feira fria e após calibrar os pneus, seguimos pela BR277 até a estrada velha de Piraquara, para evitar o pedágio, os caminhões e fazer um trecho que há muito não fazíamos.

Pensei em fazer a 1ª parada em Piraquara, mas como ainda era muito cedo e tinha uma boa quantidade de combustível, esticamos até Quatro Barras. Chegando lá, tomamos um cafézinho com pão-de-queijo e abastecemos. Seguindo pela Av. Dom Pedro II, que logo se tornaria a Estrada da Graciosa, lembrei da 1ª viagem que fizemos de Biz ao litoral, há 13 anos, quando nos casamos. Naquele tempo a estrada era de terra e sofremos um bocado.

 
Igrejinha na Estrada da Graciosa.
Agora a estrada estava completamente pavimentada, com pequenos trechos de paralelepípedos, que faziam a Lead pular um pouco. Diversas paradas para fotos, curvas fechadas e deliciosas, uma paisagem de tirar o fôlego...logo estávamos no trecho mais sofrido e perigoso da Graciosa, muito liso e irregular, que causava grande trepidação na Lead, por causa de suas rodinhas pequenas, mas mesmo assim, o ruído de carenagens era menor que na Biz, que tinha rodas maiores e suspensões melhores.
 
Ponte do recanto Grota Funda.
Algumas paradas, para esticar as pernas, e chegamos em Antonina pouco antes do meio-dia. Fomos até um restaurante já conhecido e muito bom (Le Bistrô), onde almoçamos um robalo, enquanto apreciávamos a vista da baía de Antonina, com seu trapiche e o iate-clube. O dia estava simplesmente maravilhoso...Caminhamos um pouco pelas ruas da cidade, tiramos fotos, olhamos o comércio local, fomos até a igreja do Pilar e pelas 14:00, retomamos a estrada, com destino à localidade de Bairro Alto, onde estive uns anos antes, com minha cegezinha, debaixo de muita chuva e queria muito voltar lá. A estrada é muito boa e dá para manter a velocidade máxima permitida (60km/h) tranquilamente.

Trapiche na Baía de Antonina.
Cerca de 30km e estávamos em Bairro Alto, que não tem absolutamente nada, só um posto de saúde (fechado), uma usina desativada e um punhado de casinhas, mas é um lugar mágico, aos pés do Pico do Paraná e que te coloca em uma paz de espírito e comunhão com a natureza sem igual. Ali próximo fica a usina Gov. Parigot de Souza, que espero poder visitar futuramente, após devida programação.
 
Pico do Paraná, visto do Bairro Alto.
Passamos por lugares fantásticos, com túneis de árvores que pareciam ter saído de filmes da Disney. Na volta passamos por Morretes, para abastecer e tomar sorvete. Compramos um barreado congelado e seguimos pela BR277, com destino à São José dos Pinhais. A subida da Serra do Mar acho que foi o trecho que mais me surpreendeu na viagem, devido ao desempenho da Leadzinha. Ela foi fantástica, mantendo velocidades entre 65 e 85km/h, reduzindo só por conta do trânsito de veículos mais lentos (caminhões e carros), e como eu sabia que não tinha grande margem de potência para ultrapassagens rápidas, preferi me manter atrás dos comboios até surgir o momento certo.

Túnel vegetal na Estrada do Bairro Alto. 

O câmbio CVT é maravilhoso, mantendo sempre a melhor relação, sem deixar o motor forçar e proporcionando muito conforto e segurança. Uma das vantagens da Lead, também, é o fato de você poder mudar a posição dos pés, oque ajuda a cansar menos, mas a região lombar sofre bastante...

Fim de tarde em Morretes.
Chegamos em casa antes do anoitecer, pelas 18:00, bastante cansados, mas de alma lavada e com muitas histórias e imagens incríveis. A minha esposa gostou muito da viagem e concordamos que futuramente devemos adquirir uma moto maior, talvez outra scooter, de maior cilindrada e que proporcione mais conforto e desempenho. Até lá, continuaremos dando umas esticadinhas de Lead, já que a menina se mostrou valente e digna de total confiança.
Dados da Viagem:

Distância percorrida: 232 km.

Consumo de combustível: aprox. 06 Litros.

Consumo médio: aprox. 39 km/l.

Velocidade média: aprox. 22km/h.

Velocidade máxima: 77km/h..

Gastos com combustível e pedágio: R$ 25,00

Rodas, Rodinhas e Rodões

Apesar da motivação de criar esse blog é contar as viagens que fiz e farei de moto, não vou me limitar a falar só de scooters. Tudo que tenha rodas será comentado, e até alguma coisa daquilo que não tem rodas também (ex. helicópteros). Como sempre, ficará o registro das memórias, das ideias e opiniões, para que se perpetuem e sejam debatidas. Opiniões e relatos serão bem vindos...