sábado, 2 de agosto de 2014

Motos Chatas

Lendo uma crônica em uma revista, achei interessante a comparação entre motos inglesas e japonesas, que segundo o autor, são "motos chatas", por funcionarem todos os dias, não causarem curtos circuitos e nem tentarem se incendiar de repente. Foi inevitável traçar um paralelo entre minha Lander e a Lead. Não que eu considere a Lead uma moto chata, pelo contrário, gosto muito dela, e prefiro dizer que ela é uma moto prática. A Lead é um scooter, e sua proposta é justamente essa: ser prática, para deslocamentos urbanos no dia-a-dia. Ela pode ser usada em praticamente todas as ocasiões, com qualquer roupa, sem risco de detonar seus tênis ou sujar suas pernas com respingos de água. Você pode estacioná-la e enfiar o capacete, jaqueta e luvas no bagageiro debaixo do banco, pegar sua valise e ir à uma reunião de negócios sem levantar suspeitas sobre que tipo de veículo foi usado para chegar até ali. Já a Lander é o oposto: moto para lazer e incursões leves no off-road. Ela encara estradas de chão e trilhas leves tranquilamente, possui um câmbio duro e barulhento, banco duro que judia bastante e pesa bem mais que uma street urbana. É uma moto parruda, pouco chegada a oficina, mas que pode ser desmontada em casa, com poucas ferramentas. E é justamente aí que está toda a graça. Eu gosto de mexer nos meus veículos, já cheguei a desmontar e reformar completamente uma cegezinha 83, mas a Lead não tinha muito oque fazer, pois é o tipo de veículo que também quase não dá manutenção, e quando dá exige ferramentas especias, sua desmontagem é complexa e requer certo conhecimento do modelo. Por isso a Lead não me dá as emoções que a Lander    
proporciona. Meio estranho isso, pois acho até contraditório desejar uma moto resistente e confiável e ao mesmo tempo querer mexer nela na garagem de casa, como uma espécie de hobbie. Mas a moto que mais me agradou até hoje foi uma DT180 de trilha, que quebrava frequentemente e vivia desmontada, e mesmo assim deixou tanta saudade que até hoje penso nela com muito carinho, talvez por causa dessa nossa relação problemática na qual eu a tratava com todo amor e respeito e ela me retribuía me deixando a pé no meio da trilha...rsrsrs

terça-feira, 20 de maio de 2014

Das Rodinhas para os Rodões

Todo motociclista tem um "dna", que geralmente surge no aprendizado. Eu aprendi a andar de moto na terra, com uma DT 200R mexida, e minha primeira moto foi uma DT 180 de trilha, também mexida. Meu dna é de off-road e não adianta eu fugir disso. Até tentei ingressar no mundo dos scooters, gostei muito da experiência, mas o dna falou mais alto e acabei voltando para as trail. Pesquisei muito as opções, até fiquei com vontade de fazer uma "besteira" e comprar uma moto dois tempos, mas também não poderia me deixar levar só pela emoção, e acabei optando por uma XTZ 250, a famosa Lander. Não dá para descrever oque é sair de um veículo essencialmente urbano, leve, prático, simples, muito dócil quando pilotado nos seus limites, e partir para um cavalo xucro, que até para desligar a seta exige força no dedão. A lander é ignorante, não tanto quanto uma DT200, mas não é nada cordial com quem não está acostumado com trocas de marcha e torque de sobra. Mas tudo isso se torna detalhe quando você precisa sair do asfalto e encarar caminhos inóspitos. Ela encara muito bem estradas de chão e até trilhas leves, mesmo não sendo uma autêntica enduro. Também vai bem em pequenas viagens e na loucura urbana, se mostrando ágil no trânsito e pode manter velocidades ligeiramente acima dos 100km/h. Eu fiz uma pequena viagem de 240km para ver como ela se comporta na estrada, e pude comprovar que seu banco não ajuda muito, precisando de um reforço na espuma para não judiar demais do sentador depois de uma hora de pilotagem contínua. Mas estou muito feliz com a nova aquisição, pois senti novamente o gostinho de andar na terra, visitei lugares a muito tempo esquecidos e estou até me sentindo mais jovem, apesar de o físico já não ajudar muito, com alguns quilinhos a mais e cabelos a menos...rsrsrs
A diferença de tamanho é gritante: o elefante e a formiguinha...

Lugares onde só uma trail te leva...

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Derrapando na Sala de Jantar


Quando eu tinha aprox. 17 anos e fazia trilha com uma DT 180, morava numa casa grande, com quatro quartos e como era só eu e meus pais, sobravam dois quartos. Pedi à eles para guardar minha moto num desses quartos vazios, pois assim poderia fazer sua manutenção mesmo a noite, pois não dispunha de muito tempo livre. Eles concordaram, mas minha mãe pediu para tomar cuidado com o piso de madeira, encerado e lustrado por ela regularmente. Providenciei tapetes para colocar sob a moto e recolhia ela com todo o cuidado, mas um dia, não sei porque cargas d'água, inventei de entrar com ela ligada, e na hora de fazer a curva para entrar no quarto, dei uma put@ patinada na sala de jantar, deixando riscos de borracha no assoalho da casa. Deu um pouco de trabalho, mas consegui remover as marcas e devolver o brilho ao piso e obtive o perdão da minha mãe. Oque não deu foi manter certos hábitos depois que casei, pois esposas não são tão compreensivas assim...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Motocross Futebol Clube

Assim como os times de futebol têm suas cores características, os "teams" de motocross também usam cores para se diferenciar e isso é adotado pelos torcedores, mesmo que no Brasil não seja muito comum ver pessoas com camisas de equipes de motociclismo. Nos anos 90, pelo que eu lembro, as principais equipes tinham sua cores características, sendo o verde para a Kawasaki, amarelo para a Suzuki, vermelho da Honda e azul para Yamaha. Eu tinha camisas de todas, e usava conforme a ocasião, mas minha predileta era a Yamaha, que era a marca da moto que eu possuía.Numa tarde de domingo, estava usando essa camisa da Yamaha, com as cores azul-branco-preto, quando fui surpreendido por uma chuva de verão e decidi pegar um ônibus para tentar chegar em casa menos molhado. Naquele dia foi realizado um desses jogos de futebol chamados de clássicos, acho que era Paraná contra Atlético, por coincidência ambos com as cores vermelha, usadas pela Honda, que era a arqui-inimiga da Yamaha e que eu evitava de usar. Bom, quando entrei no ônibus, este estava lotado de torcedores de um dos times e quando chegamos no terminal, a torcida rival estava esperando para "recepcioná-los" com paus, pedras e tijolos. O motorista não pensou duas vezes e tocou direto para o módulo policial mais próximo, afim de evitar o confronto das torcidas, livrando-se dos "indesejados". Chegando lá, os policiais entraram no coletivo e mandaram todos que estivessem com camisas de time descer. Eu estava no fundo do ônibus e o policial que chegou até lá, olhou para a minha camisa e disse: "O gremista aí não precisa descer..."